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Na morte de Waldemar Cordeiro

Agora o inferno é um cenário
estampado num céu morto
e a poesia é um simbolismo em luto
e a saudade uma águia seqüestradora
a nos atirar no ventre vazio
da tristeza dos abismos

Todos os anjos-demônios de Rimbaud
Todo o ranger de dentes dos gatos de Baudaleire
São os gemidos fúmebres
Das bestas humanas que
Vieram rejar a orquestra
De trevas que uiva
O concerto dos Caos

Me vi Rei sem súditos
poeta sem bar
sozinho num mundo
sem Waldemar
Brasa momentânea de um instante eterno
desejei ter uma pedra na cabeça
desviar o fogo e morrer


Autor: (Josessandro Andrade)
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