No último sábado
(30), durante evento de entrega de viaturas para as polícias Militar e Civil
paulistas, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que “Lula
é PT, o Lula é o retrato do PT, partido envolvido em corrupção, sem compromisso
com as questões de natureza ética, sem limites”.
As declarações de
Alckmin foram dadas em comentário sobre as investigações do Ministério Público
de São Paulo a respeito de um apartamento tríplex no Guarujá (SP), construído e
reformado pela empreiteira OAS e supostamente destinado ao ex-presidente da
República Luis Inácio Lula da Silva.
A empreiteira teve
dirigentes investigados, presos e já condenados na Operação Lava Jato, enquanto
o órgão estadual apura se Lula e a mulher, Marisa, teriam buscado mascarar a
posse do bem para ocultar lavagem de dinheiro.
“É muito triste o
que estamos vendo e o que a sociedade espera é que seja apurado com rigor e que
se faça justiça”, disse Alckmin. “O Brasil sempre teve, lamentavelmente,
impunidade com o crime do colarinho branco, o Brasil está dando um salto
importante, é doloroso, mas é necessário”, acrescentou.
“Tira comida da boca das crianças”
O ex-presidente da
República rebateu Alckmin por meio de nota divulgada pela assessoria de
imprensa do Instituto Lula -o texto afirma que o governador deveria explicar
escândalos do Estado, como os desvios na merenda escolar.
“Seria mais
proveitoso para a população de São Paulo se o governador explicasse os desvios
nas obras do metrô e na merenda escolar, a violência contra os estudantes e os
números maquiados de homicídios, ao invés de tentar desviar a atenção para um
apartamento que não é e nunca foi de Lula”, diz o texto.
Por meio de sua
conta no Twitter, o presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, também
citou o escândalo da merenda. “Em vez de atacar Lula, o Alckmin deveria cuidar
do governo dele, que tira comida da boca das crianças”
O secretário de
Transportes de Alckmin, Duarte Nogueira, e o ex-chefe de gabinete da Secretaria
da Casa Civil, Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita, são acusados pelo
Ministério Público de envolvimento em um esquema de irregularidades no
fornecimento de alimentos para merenda na rede pública estadual.