A sequência de
fugas em duas unidades prisionais de Pernambuco será tema de discussão na
Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A Comissão de Cidadania,
Direitos Humanos e Participação Popular vai convocar o secretário de
Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, e o secretário de Defesa Social,
Alessandro Carvalho, para prestarem esclarecimentos sobre as fugas
registradas na última semana na Penitenciária Barreto Campelo e no
Presídio Frei Damião de Bozzano (no Complexo do Curado). O presidente da
comissão, o deputado estadual Edilson Silva, deseja saber do Executivo o que de
fato foi realizado durante o estado de emergência de seis meses do sistema
prisional de Pernambuco, decretado no dia 29 de janeiro de 2015.
“Nos dois casos, o
mais preocupante é que o governo foi avisado do plano de fuga em massa. Na
Barreto Campelo, o secretário de Ressocialização, Eden Vespaziano, recebeu uma
mensagem por celular. No Complexo do Curado, a situação é ainda mais alarmante.
O supervisor de segurança enviou um ofício, no último dia 8, para a direção da
unidade, alertando para a tentativa de explosão da muralha. E ainda apontou a
localização exata, entre as guaritas 5 e 6”, apontou Edilson Silva.
Apontado pelo
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como o mais superlotado do Brasil, com mais
de 30 mil detentos para uma capacidade de apenas 10 mil, o sistema prisional de
Pernambuco é gerido pela Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres),
subordinada à pasta de Justiça e Direitos Humanos.
“A informação é a de
que metade das guaritas das unidades prisionais está desativada, sem a presença
de agentes penitenciários ou policiais militares. Há quase um ano, o estado de
emergência foi decretado por um período de seis meses e, pelo que se vê de lá
para cá, a situação piorou, com duas fugas espetaculares às vésperas do
Carnaval. Por isso, a oposição na Assembleia Legislativa acredita que o
Executivo deve explicações à sociedade”, afirmou Silva.