“Eu volto a bater
na mesma tecla: governador deixe de gastar dinheiro com publicidade”. A
afirmação foi do deputado Júlio Cavalcanti, sobre a reunião da Comissão de
Finanças, nesta quarta (23), na qual o secretário da Fazenda, Marcio Stefanni,
apresentou o pacote de ajuste fiscal do Governo para enfrentar a crise. A
Bancada de Oposição da Assembleia formatou uma série de sugestões ao Governo do
Estado para contrapor o pacote fiscal apresentado pelo Executivo. Entre as propostas,
está a redução de 70% na verba de publicidade. “Como pode o governador Paulo
Câmara querer aumentar os impostos se não tem nem 15 dias que lançou um edital
para contratar uma empresa de mídias digitais por R$ 5 milhões?”, questiona.
“Os cofres do Estado estão vazios, então é preciso investir nas áreas
prioritárias, como saúde, educação e segurança”, afirmou o parlamentar.
Júlio destaca,
ainda, que as propostas da Oposição oferecem soluções que não vão pesar tanto
no bolso de quem não tem tantos recursos, como o aumento do ICMS sobre bebidas,
tabaco e armas de fogo, não sobre combustíveis e telefonia. De acordo com o
deputado, essa é a forma de fazer oposição, não apenas criticando, mas
apresentando soluções viáveis para diminuir o impacto sobre a maior parcela da
sociedade. “Não adianta apontar o dedo e dizer que tudo é culpa da União. O que
é preciso é mostrar, na prática, o discurso de que sabe fazer muito com pouco e
não penalizar as áreas prioritárias e a população mais carente”, destacou. O parlamentar
lembrou da situação do Ginásio Pernambucano, primeira escola em tempo integral
do Estado, localizada no Recife, que já teve alunos como Ariano Suassuna, Assis
Chateaubriand e Clarice Lispector, suspendeu as aulas do turno da tarde por não
ter merenda oferecer aos alunos. “É muito descaso com a educação”, afirma.
“A transparência é
imprescindível. Até hoje os deputados não tem a senha do e - Fisco para saber o
detalhamento das despesas do Estado. A gente ouve muito falar de cortes no
governo, mas não conheço um aliado político do governador que esteja
desempregado. Vejo faltar remédio, vejo faltar merenda, vejo a falta de
pagamento dos terceirizados, vejo o colapso na saúde, mas os comissionados aliados continuam lá”,
finalizou.