Mais de 800 estudantes de
duas escolas estaduais localizadas no bairro do Timbi, em Camaragibe, ficaram
sem aula nesta quarta-feira (16), porque o governo de Pernambuco não pagava o
aluguel dos imóveis desde janeiro. Quando os alunos chegaram para assistir às
aulas, se depararam com portões trancados por correntes e cadeados. Avisos
foram afixados esclarecendo a situação. Nem mesmo os diretores tiveram acesso
aos prédios. O jeito foi voltar para casa. A denúncia foi veiculada no NETV 2ª Edição.
Através de nota, a
Secretaria de Educação afirmou que as aulas serão retomadas ainda nesta
quarta-feira (16), no turno da noite. Ainda no texto, a pasta informou que
houve a negociação com o proprietário do prédio onde funciona as escolas, e
disse que o locatário "agiu sem cobertura legal, mas a situação já está
sanada".
A Escola Estadual
Professora Alice de Barros Maurício tem quase 500 alunos do 6º ao 9º ano do
ensino fundamental. Eles realizaram um protesto na frente do colégio. “Quando
cheguei, vi outros alunos voltando e fiquei sem entender. Era porque o prédio
estava interditado. Depois veio a vice-diretora e disse que estavam tentando
resolver o problema. A gente fica muito chateado, porque está chegando o final
do ano e o pessoal precisa de nota”, afirmou Carlos Eduardo Oliveira, 15,
estudante do 9º ano.
A reclamação foi
endossada por outros alunos. “É uma decepção. Todo mundo foi pego de surpresa”,
resumiu Letícia Oliveira, 16, também do 9º ano. A dona de casa Ana Paula
Rodrigues, mãe de uma estudante, disse que os adolescentes não podem ser
penalizados. “É uma coisa que revolta. A gente mora longe, vem trazer nossos
filhos e, quando chega aqui, não tem aula porque não pagaram o aluguel. Um
absurdo”, disparou.
O mesmo cenário foi
encontrado na Escola Estadual Pio XII, que tem cerca de 400 alunos. Em ambas,
há também a reclamação de infraestrutura precária e falta de merenda. Do lado
de fora, é possível ver janelas com vidros quebrados, paredes descascadas e
pichações. “A gente está estudando, aí não tem almoço e a turma tem que voltar
para casa. Teve um dia essa semana que a merenda foi pão seco e leite”,
lamentou o jovem Alexsandro Sandoval, 12, estudante do 6º ano. Segundo ele, os
banheiros são sujos e os ventiladores vivem quebrados.
De acordo com o documento
pregado no portão das duas escolas, a interdição se deu por dois motivos: “A
não renovação do contrato de aluguel do imóvel deste ano letivo e o atraso do
pagamento do aluguel que está desde janeiro de 2015 até a presente data”. O
proprietário do terreno confirmou a dívida do governo.
Sobre a infraestrutura das escolas, a nota da secretaria informou que
uma equipe técnica será encaminhada para fazer o levantamento dos problemas.Do G1