Depois de passar 39
dias foragida da Justiça, a prefeita afastada de Bom Jardim (MA), Lidiane Leite
da Silva, de 25 anos, se apresentou, nesta segunda-feira (28), à sede da
Superintendência da Polícia Federal (PF), em São Luís (MA). A ex-gestora
municipal sumiu após sua prisão ter sido decretada na Operação Éden, que
investiga desvios de verbas da educação.
Acompanhada por três
advogados, Lidiane chegou à sede da PF por volta de 13h e entrou pelos fundos
para não chamar atenção. Ela apareceu vestida com blusa e calça pretas e com
poucas mudanças no visual. Está aparentemente mais magra, mas continua loira e
manteve o mesmo corte de cabelo.
O advogado de defesa
Sérgio Muniz disse que a prefeita não saiu da cidade. “A Lidiane sempre esteve
em Bom Jardim, que é o oitavo maior município do Maranhão, e que, por isso, não
precisava estar dentro da prefeitura para gerir o município. Um dia antes da
decisão do seu afastamento pela Justiça, ela realizou o pagamento de servidores
municipais e fornecedores”, afirmou.
O delegado Ronildo
Lajes, que é o responsável pelo inquérito, confirmou que Lidiane estava
foragida e descartou que ela estivesse escondida todo esse tempo no município
de Bom Jardim. “As diligências foram feitas sim na cidade e no interior de Bom
Jardim, mas é claro que o advogado está no papel dele de tentar amenizar as
coisas para a investigada. De fato ela estava foragida e não tem como alguém
afirmar que ela estava governando em Bom Jardim”, disse.
Ainda segundo
Lajes, Lidiane estava sendo orientada a não usar qualquer meio eletrônico para
se comunicar com os familiares o que dificultou a localização dela.
“A gente tinha
notícias do paradeiro dela, por isso a nossa certeza que ela estava sendo
ajudada por alguém que a orientava a não usar meio eletrônicos para falar com
familiares. Nós temos algumas informações sobre essas pessoas, mas isto não é
oportuno divulgar neste momento”.
O superintendente da
Polícia Federal, Alexandre Saraiva, evitou comentar a decisão da Justiça
que determinou a permanência de Lidiane em uma cela no quartel do Corpo de
Bombeiros. “Não cabe a Polícia Federal contestar. Nós respeitamos as decisões
judiciais e as cumprimos. A Polícia Federal fez a sua parte: instaurou o
inquérito, investigou, descobriu autoria, a materialidade e em razão do nosso
trabalho ela se entregou”, afirmou.