O maior patrimônio
que um país pode ter é um povo bem educado. Não há como falar em crescimento
econômico sustentado e em distribuição de renda sem um sistema escolar de
qualidade e eficiente. Mas, para as famílias que buscam dar o melhor ensino aos
filhos e, para isso, recorrem ao sistema privado, a educação se tornou um fardo
do ponto de vista financeiro. No ano passado, em média, os custos aumentaram
9,24%, a maior alta desde 2004.
Dependendo da escola
escolhida, os gastos com a educação de uma única pessoa ao longo de 23 anos de
vida podem passar de R$ 1,2 milhão a valores de hoje (mais de R$ 52 mil por
ano). Essa quantia não inclui futuras correções, como as das mensalidades escolares
que, em 2015, foram reajustadas entre 15% e 17%. Leva em conta o que uma
família de classe A, com renda mensal de R$ 25 mil, gasta para formar um filho,
desde seu nascimento. O cálculo considera, além das mensalidades, alimentação
na escola, cursos diversos, como de línguas, material, transporte e a mesada
que muitos recebem.
Entre famílias da
classe B, os gastos por filho, também ao longo de 23 anos, podem chegar a R$
617,9 mil (quase R$ 27 mil anuais). Um filho da nova classe C custa, em média,
quase R$ 300 mil, supondo que não haverá despesas no período da pré-escola.
Segundo o Instituto Nacional de Vendas e Trade Marketing (Invent), que monitora
tais despesas, sem um bom sistema de controle nos gastos, a educação pode ficar
ainda mais cara, chegando a R$ 2 milhões por pessoa das classes mais abastadas,
R$ 948 mil no caso de um integrante da classe B e R$ 407 mil entre aqueles da
classe C. Nesses casos, o ensino se dá em tempo integral.
Por isso, é preciso
muito cuidado ao administrar as finanças da família. Se uma gravidez planejada
significa plenitude e amor, os adoráveis bebês podem conquistar corações, mas
esvaziar a carteira dos pais. O momento exige organização. Pensar no futuro
requer tirar a calculadora da gaveta e colocar os gastos na ponta do lápis. Em
média, as despesas com educação consomem 34% da renda das famílias da classe A,
39% dos ganhos dos lares de classe B e 45% dos orçamento da classe C.
Ajuste
Mãe de Maria Luísa Medeiros, 9 anos, e grávida dos gêmeos Helena e José, a professora Talyta Medeiros, 28, explica como investe na educação da mais velha. Ela gasta cerca de R$ 1.500 por mês com a educação da pequena. “A Malu foi a primeira filha e, claro, tem muitas coisas que os gêmeos, infelizmente, não terão”, diz. Maria Luísa já possui um plano de previdência privada feita por Talyta e pelo marido Taunay Junior, 30, servidor público. “Temos um apartamento alugado. Com o dinheiro do aluguel, investimos no futuro de Malu. Não abro mão disso. Para os gêmeos, penso em seguir o mesmo caminho”, afirma Talyta.
Mãe de Maria Luísa Medeiros, 9 anos, e grávida dos gêmeos Helena e José, a professora Talyta Medeiros, 28, explica como investe na educação da mais velha. Ela gasta cerca de R$ 1.500 por mês com a educação da pequena. “A Malu foi a primeira filha e, claro, tem muitas coisas que os gêmeos, infelizmente, não terão”, diz. Maria Luísa já possui um plano de previdência privada feita por Talyta e pelo marido Taunay Junior, 30, servidor público. “Temos um apartamento alugado. Com o dinheiro do aluguel, investimos no futuro de Malu. Não abro mão disso. Para os gêmeos, penso em seguir o mesmo caminho”, afirma Talyta.
A surpresa de que a
gravidez geraria duas vidas assustou Talyta e o marido. “Não havíamos pensado
em gastos em dobro e que teríamos que nos esforçar para manter o padrão de
estudos da Maria Luísa, além de oferecer o mesmo para os gêmeos”, frisa Talyta.
Ela admite que será difícil que os caçulas estudem em escolas tão boas e façam
tantas atividades extracurriculares quanto a mais velha.
“Além de frequentar
uma das melhores escolas de Brasília, a Malu fazia balé e natação. Mas tivemos
que tirá-la dessas atividades extras por conta dos gastos com a gravidez”,
comenta Talyta. A menina, por sinal, já entendeu que as coisas vão mudar e que
terá que ajudar a família na educação dos irmãos. “Os gêmeos começarão os
estudos em escolas menores. Assim, conseguiremos nos manter sem muito sufoco”,
conclui.