Esta semana, mais
uma vez o debate sobre a demora em implantar o SAMU – Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência voltou a mídia. Em entrevista à Rádio Pajeú, o Secretário de
Saúde Iran Costa voltou a garantir que o Estado não é problema para pôr o
serviço para funcionar em 22 cidades da área de abrangência.
“Houve
encaminhamento ontem da formação de um Grupo de Trabalho para resolver
essa questão. Ano passado, foram feitas várias gestões dentro do Ministério.
Quanto a nós, nem no passado nem no presente o Estado foi empecilho. A
constituição do SAMU é tri partite”.
Mais uma vez, das
questões foram colocadas pelos prefeitos como essenciais para o início dos
trabalhos o início de funcionamento da Central de Regulação em Serra Talhada e
a garantia pelo Ministério da Saúde da contrapartida para o serviço começar a
atender e salvar vidas. Em março, serão dois anos da presença das ambulâncias
aqui, envelhecendo nos pátios.
Parece incrível que
gestores responsáveis por colocar o serviço para funcionar ainda não tenham
ciência dos passos necessários para efetivar o SAMU. Que só agora tenham criado
um Grupo de Trabalho para dar celeridade à questão. O blog já foi questionado –
dentro do ambiente democrático que faz parte do debate – por responsabilizar os
gestores. Talvez mais agora, por ter a ousadia de criar um Guia Prático de como por o SAMU pra funcionar no
Pajeú. São etapas que, se seguidas, poderão ter resultado prático, com 90% de
probabilidade de dar certo. Os 10% são “da cota do Santo”:
1º) Reunião entre
Secretários da região e Geres para ajustar funcionamento da Central de
Regulação: mais uma vez, o tema foi colocado como empecilho para funcionamento
do serviço. Porque é tão difícil reunir os Secretários responsáveis pelas
cidades, o município de Serra Talhada indicar qual foi o modelo adquirido, a
frequência, estabelecer prazo para a central entrar em operação e iniciar
os testes ? Da mesma forma, qual a dificuldade para as demais secretarias agilizarem
o processo de aquisição dos rádios, onde não aconteceu, estabelecendo prazo
para os testes ? Definição plena de quanto cabe a cada cidade para o serviço
funcionar e fazer planejamento para tanto. A troca de informações ente os
próprios gestores na imprensa dão a impressão de que o tema é tratado com
sinais de fumaça…
2º) Articulação de
audiência com o Ministro da Saúde para tratar do tema. Prefeitos petistas como
Luciano Duque, Romério Guimarães, Luiz Carlos e representantes de
entidades como Amupe (José Patriota) e Cimpajeú (Dêva Pessoa) dizem ter linha
direta com nomes como Humberto Costa, Amando Monteiro e até a Presidenta Dilma.
Basta um contato com o líder do PT no Senado, Humberto Costa, para cobrar
agenda com o Ministro da Saúde, Marcelo Castro. Uma audiência certamente
indicaria o que falta para o Ministério assumir sua parte no bolo. E
minimizaria os riscos de dificuldades nos aportes.
3º) O próprio
Secretario Iran Costa pode ajudar como embaixador da demanda. Se o problema não
é o Estado, reforçar a questão ao Ministro não fará mal. Aliás, os dois
nunca conversaram tanto em tempos de zika e microcefalia, tendo Pernambuco como
estado estratégico no combate a doença.
4º) Envolvimento dos
demais prefeitos em uma campanha de mobilização em Brasília: aos demais
gestores, a articulação através dos Deputados votados em suas cidades para
reforçar a pressão junto ao Ministério: depoimentos na Câmara e Senado,
participação nas audiências sobre o tema, reforço junto ao Ministério, pressão
política, resumido: mostrar porque foram votados por aqui. Madalena Brito
(Arcoverde), Luciano Torres (Ingazeira), Arquimedes e Adelmo (Itapetim), Soraya
(Flores), Sebastião Dias (Tabira), Dessoles (Iguaracy), José Mário (Carnaíba) e
os demais entrariam com essa missão;
5º) Se, dados todos
estes passos, o serviço não funcionar por negativa de contrapartidas ou outra
motivação, fazer Carta Aberta à população, reconhecendo a incapacidade de
colocar em operação o serviço. Recomenda-se ato público levando as ambulâncias
em comboio até a sede do Ministério, em Brasília.