
Os documentos do STF foram usados pelo
desembargador federal Iran Lira de Carvalho, relator da operação Turbulência no
Tribunal Regional da 5ª Região (TRF5), como um dos argumentos para negar o
pedido de soltura do empresário João Carlos Lyra, no começo deste mês.
De acordo com o inquérito do STF, o empresário João
Carlos Lyra foi reconhecido pelos ex-empregados da Camargo Corrêa Gilmar
Pereira Campos e Wilson da Costa como sendo a pessoa encarregada de entregar a
propina devida por aquela empreiteira ao ex-governador Eduardo Campos e ao
senador Fernando Bezerra Coelho em virtude das obras da refinaria Abreu e Lima.
No processo do STF, os investigadores sustentam que
esses contratos da Master Terraplenagem teriam sido constituídos em nome de
‘laranjas’ como o intermediário José Gomes de Oliveira. De acordo com os dados
do processo, no STF, os engenheiros da construtora foram inquiridos e admitiram
que a Master de fato não executou qualquer serviço para a Camargo Corrêa.
Eles informaram ao MPF e a PF que, após os saques
realizados da conta da construtora Master pelo intermediário "Zé
Gomes", o numerário era remetido para João Carlos Lyra Pessoa de Melo,
apontado pela PF de Pernambuco como um dos cabeças do esquema na Operação
Turbulência, com a ajuda da empresa fantasma Câmara e Vasconcelos
Terraplenagem.