O publicitário João Santana e a mulher dele, Mônica Moura,
admitiram nesta quinta (21) em audiência com o juiz Sergio Moro que receberam
dinheiro de caixa dois para a campanha eleitoral de Dilma Rousseff de 2010. O
total chega a US$ 4,5 milhões.
A informação é da
coluna de Mônica Bergamo na Folha de São Paulo.
Mônica, que cuidava
das finanças do casal, deu maiores detalhes. Segundo disse, depois que os
trabalhos foram encerrados, a campanha não pagou tudo o que devia.
Por cerca de três
anos, eles fizeram cobranças insistentes ao PT. Em 2013, foram chamados pelo
então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que disse que enfim saldaria o
débito. Vaccari orientou Mônica a procurar Zwi Skornicki, que tinha negócios
com a Petrobras. Ele faria os pagamentos.
Ficou acertado que
o débito seria saldado em dez parcelas, numa conta não declarada no exterior.
Nove parcelas foram pagas. A última ficou pendurada.
Santana afirmou no
depoimento que sabia como a dívida estava sendo saldada, embora Mônica fosse a
responsável pelas finanças. Os dois afirmam que não sabiam que Zwi tinha
contratos com a Petrobras nem que os recursos poderiam ser fruto de propina. No
depoimento eles também nada falaram sobre Dilma Rousseff ou de qualquer outro
integrante da coordenação da campanha dela em 2010.
Mônica e Santana
devem fazer acordo de delação premiada, mas o depoimento desta quinta (21) faz
parte da audiência de defesa do casal.
Procurada na noite
desta quinta-feira (21), a assessoria da presidente Dilma Rousseff disse que
não comentaria o teor dos depoimentos do marqueteiro João Santana e de sua
mulher, Mônica Moura.