O juiz federal Paulo
Bueno de Azevedo, responsável pela Operação Custo Brasil, desdobramento da 18ª
fase da Operação Lava Jato, bloqueou mais de R$ 102,6 milhões das contas do
Partido dos Trabalhadores (PT), de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro da sigla, e
do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo.
Segundo a
investigação, o PT e o ex-ministro foram beneficiados por desvios em contratos
de crédito consignado geridos pela empresa Consist. De acordo com o Ministério
Público Federal (MPF), o esquema durou de 2010 a 2015 e envolveu pessoas
ligadas a funcionários e agentes públicos do Ministério do Planejamento.
Procurado, o PT disse que não cometeu ilegalidades em suas contas.
Procurada, a defesa
de Vaccari não atendeu aos telefonemas do G1 até as 16h20.
De acordo com a
Procuradoria, o Grupo Consist cobrava mais do que deveria e repassava 70% do
seu faturamento para o PT e para políticos. A propina paga teria chegado a
cerca de R$ 100 milhões.
Em nota enviada à TV
Globo, a defesa de Paulo Bernardo disse que “pedirá a revogação do bloqueio de
bens, pois as suspeitas do Ministério Público são comprovadamente infundadas e
seus recursos financeiros são integralmente provenientes de salários, vencimentos,
aposentadoria e previdência, e, portanto, não são passíveis de bloqueio”.
Bloqueios
A decisão que bloqueou o total de R$ 102.677.695,35 é de 6 de junho e ocorreu semanas antes da prisão de Bernardo. Nela, o juiz atribui a dois delatores diferentes a informação de que Vaccari seria o mentor do esquema de desvio de verba do caso Consist, que teria o PT como principal beneficiário. Segundo a investigação, a pasta teria superfaturado os mais de R$ 102,6 milhões em contratos com a empresa de tecnologia.
A decisão que bloqueou o total de R$ 102.677.695,35 é de 6 de junho e ocorreu semanas antes da prisão de Bernardo. Nela, o juiz atribui a dois delatores diferentes a informação de que Vaccari seria o mentor do esquema de desvio de verba do caso Consist, que teria o PT como principal beneficiário. Segundo a investigação, a pasta teria superfaturado os mais de R$ 102,6 milhões em contratos com a empresa de tecnologia.
O dinheiro teria
sido usado para o pagamento de propinas a servidores, entre eles Paulo
Bernardo, e para abastecer o caixa do partido, o que motivou o bloqueio do
mesmo valor nas contas da sigla e do ex-ministro.
Na decisão do começo
do mês passado, o juiz bloqueou também R$ 102,6 milhões da Consist e da CSA
NET. Segundo o magistrado, as empresas “teriam atuação direta e permanente no
esquema”.
O ex-ministro do
Planejamento Paulo Bernardo foi preso em 23 de junho e liberado na noite de
quarta (29). Outros sete investigados por suposta participação em esquema
milionário de propina também deixaram o prédio na Lapa, Zona Oeste da capital.
Todos estavam sem tornozeleira eletrônica. Dois suspeitos detidos na Operação
Custo Brasil, um desdobramento da Lava Jato, continuaram presos.
Do G1.