Um projeto de lei
no Senado que pretende acabar com qualquer discussão considerada política e
restringir as reflexões críticas no ensino está causando polêmica nas redes
sociais, principalmente entre os professores.
O texto pretende
implementar nas diretrizes e bases da educação o programa Escola sem partido,
que traz uma série de restrições a quem ministra as aulas, incluindo para os
docentes o fim da liberdade de expressão em sala.
Caso a matéria seja
aprovada, fica proibido também o ensino da ideologia de gênero. O assunto gerou
um twibbon (quando as pessoas mudam as fotos dos perfis para dar suporte a uma
causa) com a adesão de mais de 45 mil usuários, que reproduziram o recado
“escola sem pensamento crítico não é escola.
Uma consulta pública
lançada pelo Senado mobilizou mais de 230 mil internautas. Até a manhã desta
quarta-feira, a maioria deles, 127.706 pessoas, foram contra o projeto da
Escola sem partido. Outros 105.954 se posicionaram a favor. O projeto vem sendo
considerado como uma espécie de nova lei da mordaça pelos vários docentes que
se manifestaram sobre o projeto. Há também uma página criada em defesa do
texto.
O professor de
história Wilton Gonçalves, um dos que se posicionaram pelas redes sociais, disse
a escola sem partido exige ausência de prensamento crítico por parte do
docente. “Logo, as aulas se resumirão a esquemas e modelos frios, construídos
na lousa, entregues em papel ao discente ou em pdf, sem qualquer questionamento
ou reflexão e em avaliações objetivas, no estilo decoreba, sem alma. É a morte
das humanidades!”, critica.
O texto, de autoria
do senador Magno Malta (PR-ES), fala em neutralidade e diz que o professor não
pode se aproveitar da audiência dos alunos para promover seus interesses,
opiniões ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e
partidárias. “Não existe liberdade de expressão no exercício estrito da
atividade docente, sob pena de ser anulada a liberdade de consciência e de
crença dos estudantes, que formam, em sala de aula, uma audiência cativa”,
justifica o parlamentar.