Sertanejos viverão mais um período de
chuvas abaixo da média histórica. É o que prevê a Agência Pernambucana de Águas
e Clima (Apac), que aponta o ano de 2017 como menos severo que seu antecessor,
mas, ainda assim, capaz de trazer profundos transtornos.
Floresta é apenas um dos 126 municípios em estado de
emergência por conta da seca, segundo a Casa Militar de Pernambuco. E nem chega
a ser o pior dos cenários: 31 cidades já entraram em colapso de abastecimento,
enquanto 37 estão em pré-colapso, de acordo com a Companhia Pernambucana de
Saneamento (Compesa).
Nas cidades afetadas, a rotina de lamentações acaba
naturalizada e se somará, mais uma vez, à angústia pela falta de chuva. O
acumulado médio para o primeiro trimestre do ano no Sertão é pouco superior a
302 milímetros de chuva.
Mas, segundo a Apac, ainda que não se possa afirmar ao certo
quanto choverá, é certo que a região terá consideráveis milímetros a menos.
“Quando afirmamos que as chuvas serão abaixo da média histórica, significa que
choverá, no máximo, 20% menos que o habitual. Nesse caso, uma quantidade igual
ou menor a 240mm”, explica o meteorologista Roberto Pereira.
Isso significa que, entre janeiro e março, a altura da água
da chuva acumulada em cada metro quadrado seria de 24 centímetros.
Para 2017, o cenário pessimista dá continuidade a um 2016 que
deixou marcas. Apenas em 2016, 22 municípios entraram em colapso de
abastecimento, o que afeta diretamente a vida de 323 mil pessoas em um total de
31 municípios.
Em pré-colapso, quando ainda há abastecimento, mas com
debilidades ou restrições por conta da pouca quantidade de água nos
reservatórios, são outras 37 cidades e mais 1,1 milhão de pernambucanos.