Técnicos do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) entregaram nesta segunda-feira a perícia realizada
sobre documentos de empresas que prestaram serviços à campanha eleitoral que
elegeu a presidente afastada Dilma Rousseff e o presidente em exercício Michel
Temer, em 2014.
Os peritos identificaram irregularidades nas contratações. A
suspeita da Justiça Eleitoral é de que as firmas sejam empresas de fachada.
Com o fim da fase de perícia, a relatora do caso, ministra
Maria Thereza de Assis Moura, já agendou os depoimentos das testemunhas.
Segundo o laudo dos peritos, três empresas não apresentaram documentos capazes
de comprovar que, efetivamente, prestaram serviços no valor pago pela campanha
presidencial.
As empresas que se encontram nessa situação são a gráfica
VTPB, a Red Seg Gráfica e Editora e a Focal. Os técnicos apontaram que uma
quarta empresa que teve os documentos analisados, a Gráfica Atitude, não foi
contratada pela campanha. A Gráfica Atitude é suspeita de ter sido usada para
captar propinas para o PT, segundo investigações da Operação Lava Jato.
Em abril, a relatora autorizou o início da colheita de provas
para a ação proposta pelo PSDB que investiga se houve abuso de poder político e
econômico pela campanha vencedora, composta pela chapa PT-PMDB, nas eleições
presidenciais de 2014. A ação de investigação que corre no TSE pode resultar na
cassação dos mandatos de Dilma e Temer e na inelegibilidade dos dois. Se o
impeachment de Dilma for confirmado pelo Senado, o processo ainda continua no
TSE.