Levantamento
preliminar feito pela Direção Nacional do PT mostra que a legenda terá 1.135
candidatos a prefeito nas eleições de outubro. O número representa uma redução
de 35,5% em relação aos 1.759 candidatos petistas que disputaram prefeituras
nas eleições de 2012. É a menor quantidade de representantes do partido em um
pleito municipal nos últimos 20 anos, quando disputou 1.077 prefeituras em
1996.
Segundo dirigentes
do PT, a redução reflete as turbulências pelas quais tem passado o partido. “É
a crise”, afirmou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), vice-presidente da
legenda.
A queda ocorre em
todas as regiões do Brasil, de acordo com os dados do PT –o país tem 5.750
municípios. O único Estado onde o número de candidaturas aumentou é o Piauí,
governado por Wellington Dias (PT), com 70 nomes em disputa neste ano contra 49
há quatro anos.
Segundo o secretário
nacional de Organização do PT, Florisvaldo Souza, o número vai aumentar até o
término do prazo para registro de candidaturas, dia 15 deste mês, mas
certamente ficará bem abaixo do registrado nas últimas eleições municipais.
“Não tenho os números calculados ainda. De fato há uma redução de candidatos, mas,
em compensação, devemos disputar mais eleitores.”
O PT vai ter mais
candidaturas neste ano em capitais. Serão 20 nomes contra 17 em 2012. Nas
cidades com mais de 150 mil eleitores, o número também caiu. O PT lançou 84
candidatos quatro anos atrás e agora vai encabeçar 70 chapas, uma redução de
11%.
A cúpula partidária
aponta três motivos para o encolhimento: o sentimento antipetista amplificado
pelas revelações da Operação Lava Jato; a proibição das doações empresariais,
defendida pelo partido; e o processo de impeachment de Dilma Rousseff, que
distanciou o PT de aliados tradicionais e restringiu as alianças – a direção
proibiu coligações com políticos que tenham se manifestado publicamente a favor
do afastamento da presidente.