Faltando apenas
três meses para chegar à marca de dez anos em obras, a Ferrovia Transnordestina
segue marcada por problemas inimagináveis. A década em construção chega no dia
6 de junho, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez cerimônia
festival para o início das obras.
Ela deveria ter
ficado pronta em 2010. Não saiu. E o orçamento, que começou em R$ 4,5 bilhões,
deve alcançar R$ 11 bilhões. E a obra pode terminar ficando pronta só em 2018.
Atualmente, quem tem
acompanhado a obra é a CGU e uma Comissão Externa da Câmara Federal que
fiscaliza a Transnordestina. O colegiado convidou para uma audiência pública,
nesta quarta (9), o secretário de Transportes de Pernambuco, Sebastião Oliveira
(PR), e os secretários da área de infraestrutura do Piauí e Ceará.
A mesma comissão
trouxe um relato surpreendente, há uma semana, de um diretor da Controladoria
Geral da União (CGU), órgão de controle do governo federal: a obra bilionária
não tem projeto executivo e apresenta falhas graves de controle.
No dia 2 de março um
membro da CGU, o diretor da área de infraestrutura do órgão de controle, Wagner
Rosa Silva, afirmou em audiência na comissão que uma auditoria da Controladoria
mostrou não haver projeto executivo da obra.
E que a CGU não tem
condições materiais de realizar a fiscalização, com técnicos obrigados a
fiscalizar 550 quilômetros de uma complexa obra em apenas dois dias. Além
disso, relatou, falta integração entre os diversos órgãos responsáveis pela
obra bilionária, que está anos atrasada e chegou a parar em vários trechos.
O deputado Raimundo
Gomes de Matos (PSDB-CE) foi quem convocou os secretários estaduais para a
audiência desta quarta. Ele quer conhecer o ritmo das desapropriações, conforme
convênio entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT)
e os governos estaduais.
Da Coluna Pinga
Fogo