As mulheres de PMs seguem ocupando as
portas dos batalhões da Polícia Militar no Espírito Santo após o fim do prazo
firmado entre representantes da categoria e o Governo do Estado. Acordo previa
que os policiais voltassem ao trabalho às 7h deste sábado (11).
A
associação dos Oficiais Militares diz que a maioria dos PMs quer continuar nos
batalhões. A Secretaria de Estado da Segurança Pública confirma que as ruas da
Grande Vitória e do interior continuam sem a PM.
Representantes
dos policiais militares e do Governo do Estado chegaram a um acordo, na noite
desta sexta-feira (10), em uma reunião sem a participação das mulheres dos PMs
que ocuparam a frente dos batalhões no estado.
“Não
vimos nenhum movimento de volta da PM, só o governo pode falar. Rodamos alguns
batalhões e havia bastantes resistência das mulheres e dos PMs. A maioria deles
quer ficar nos batalhões”, afirmou o major Rogério Fernandes Lima, da
Associação dos Oficiais Militares.
Segundo
Lima, os policiais “se dizem revoltados com o secretário e com os governadores
(em exercício e licenciado). Eles acham que as falas do governo são agressivas
e ofendem as mulheres deles. Isso acabou acirrando os ânimos.”
Sobre uma
possível volta à normalidade, o major disse que só diálogo é o caminho. “Só
aposto no diálogo. Acho que é o melhor caminho. Qualquer medida contrária só
vai agravar.”
Na porta
do quartel de Maruípe, uma policial militar conversou com as manifestantes. Ela
pediu para que as mulheres deixassem o local.
“Ontem
nós recebemos uma ordem, e nós temos que dar um jeito. Nosso último recurso é
querer algum problema. A gente sabe que são mães, mulheres grávidas, eu quero
pedir de coração, encarecidamente para vocês saírem. Estamos todos aqui à flor
da pele, nervosos. Oito horas a gente tem que estar lá. Não sei o que vai
acontecer depois do que aconteceu ontem. Nós estamos precisando. O pessoal não
está aguentando”, disse no vídeo.
A
negociação terminou sem reajuste salarial para a categoria, mas ficou acertado
que o governo vai desistir das ações judiciais contra as associações e formar
uma comissão para regulamentar carga horária dos policiais.
O
secretário de Estado de Direitos Humanos, Julio Pompeu, disse que a paralisação
precisa terminar. “Eu faço apelo para que os policiais voltem às suas
atividades. O povo capixaba está cansado de ter medo. Chega. Chega”, afirmou.