Não era sua especialidade, mas o ministro
do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Herman Benjamin decidiu fazer desta a ação
de sua vida.
E não era
para menos. Aos 59 anos, o paraibano Antonio Herman de Vasconcellos e Benjamin
é o relator do maior processo da história do tribunal, que pode cassar, por
abuso de poder político e econômico, a chapa presidencial composta por Dilma
Rousseff e Michel Temer nas eleições de 2014.
Precisou
deixar de lado causas de direito ambiental e do consumidor, áreas nas quais é
referência, para se debruçar com rotina quase acadêmica –com inúmeras horas de
estudo e levantamento de detalhes– ao financiamento eleitoral.
Seu voto
será histórico, e ele sabe disso. A amigos confidenciou recentemente que
apresentará seu parecer em abril, antes do fim do mandato dos ministros
Henrique Neves e Luciana Lóssio.
Os dois
deixarão o TSE neste ano e especulações de que Temer os substituirá por
magistrados alinhados ao governo incomodou Benjamin.
Quem o
conhece aposta que ele vai votar pela cassação sem a separação das
contas da campanha –oposto do que deseja a defesa do presidente
peemedebista.
Benjamin
é vaidoso, dizem os mais próximos, e sabe que tem oportunidade de fazer
história a poucos meses de deixar a corte, em outubro deste ano.