Os partidos de
esquerda e os movimentos sindicais contrários ao impeachment da presidente
Dilma Rousseff (PT) prometem aproveitar a mobilização do próximo dia 1º de
Maio, Dia do Trabalhador, para realizar grandes atos contra o impedimento da
petista.
No Recife, a Central
Única dos Trabalhadores (CUT) e o PT pretendem realizar uma passeata pela
manhã, saindo da Praça do Derby, em direção ao Marco Zero, tradicional reduto
petista no Bairro do Recife.
“Esse será o maior
Dia do Trabalhador que a gente já realizou no Recife. Nosso tema será a defesa
dos direitos dos trabalhadores e a luta contra o golpe”, promete o presidente
da CUT-PE, Carlos Veras. A entidade espera reunir até 500 mil pessoas de toda a
Região Metropolitana do Recife.
O PT Nacional já
orientou para que os filiados do partido reforcem os atos do 1º de Maio. A
semana de agitação para o ato começa já na próxima segunda-feira (25), quando a
Frente Brasil Popular retomará o acampamento no Derby numa vigília contra o
impeachment.
O objetivo dos partidos
e movimentos é reforçar as barracas de lona levadas na semana passada para
aguentar melhor a chuva. Os movimentos pretendem elaborar uma agenda de
atividades por uma semana, incluindo debates sobre o momento político da
esquerda no País.
Além do Recife, os
movimentos sociais realizarão ainda atos em Surubim, no Agreste, e em
Petrolina, no Sertão, onde também será montado um acampamento na próxima terça
(26). Já no dia 30, será a vez de a cidade de Exu, no Sertão pernambucano, ser
palco de manifestação.
Segundo Carlos
Veras, os movimentos sociais não podem deixar de confiar no apoio e votos dos
senadores governistas, mas precisam fazer a sua parte, indo para as ruas para
reverter o impeachment. “O Senado tem os mesmos problemas que a Câmara Federal.
No entanto, os senadores têm uma capacidade de reflexão maior. A Câmara é uma
casa de indiciados”, disparou.
GREVES – Questionado
sobre a movimentação dos próximos dias para tentar barrar o impeachment, o
presidente da CUT-PE voltou a falar na possibilidade de uma greve geral. “A CUT
está preparando dias nacionais de paralisação, porque é assim que se chama para
uma greve geral. Nós não vamos aceitar um governo ilegítimo. E não tenha
dúvidas de que o Estado vai parar”, afirmou.
Nacionalmente, a
estratégia dos movimentos sociais é engrossar os protestos do 1º de Maio como
forma de demonstrar força contra o impeachment. O principal palco deve ser a
Avenida Paulista, em São Paulo, onde a CUT, o MST e outros grupos de esquerda
pretendem realizar um grande protesto unificado em resposta à aprovação do
impeachment na Câmara Federal.
O presidente do PT,
Rui Falcão, tem orientado os petistas a participar dos atos do Dia do
Trabalhador realizados pelas centrais sindicais. O Movimento dos Trabalhadores
Sem Teto (MTST) anunciou que realizará manifestações simultâneas em dez
Estados.