O governo batizou de “primavera brasileira” o movimento dos caminhoneiros que parou o País nas últimas semanas em protesto contra os reajustes sucessivos do diesel. Na comparação com o que ocorreu no mundo árabe, o Planalto avaliou que no Brasil a principal ferramenta de mobilização foi o WhatsApp e não as redes sociais Facebook e Twitter, que revelam, ao contrário do aplicativo, quem são os líderes do levante. Ciente disso, o governo decidiu voltar sua atenção para a gasolina. Quer evitar perder novamente o controle das ruas.
O governo também continua apreensivo com o elevado preço do gás de cozinha. Mesmo assim, espaçou as reuniões do comitê de crise, que passam a ser semanais. Antes, eram diárias.
Outra preocupação é com a explosão de violência em vários Estados. Ontem, mais de 20 ônibus foram incendiados em 17 cidades de Minas. O Planalto sabe que a violência está associada a milícias e facções, um problema ainda sem solução.
Com tanta agenda negativa, o governo cancelou a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social desta terça. Um interlocutor diz que não havia clima também pelas novas revelações no inquérito dos Portos.