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PGR pede abertura de novo inquérito para investigar Fernando Bezerra Coelho

Fernando Bezerra Coelho na Convenção do PSB em Sertânia.
O Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito para investigar o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) por suspeitas de corrupção passiva e lavagem de dinheiro com base nas delações premiadas de executivos da Construtora Odebrecht.
O pedido será analisado pelo relator da Operação Lava Jato no Supremo, Luiz Edson Fachin, que deverá decidir sobre o inquérito após o recesso de julho. Os trabalhos no STF serão retomados na próxima terça (1º).
Dois delatores, João Antônio Pacífico Ferreira e Carlos Fernando Vale Angeiras, afirmaram que houve acordo na licitação e pagamentos irregulares decorrentes das obras do Complexo Industrial Portuário de Suape.
Conforme os delatores, os pagamentos foram feitos a um interlocutor do então governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que morreu num acidente aéreo em 2014, e a um interlocutor de Bezerra Coelho no valor de 1,5% para cada sobre o valor a ser faturado no contrato.
Quando pediu a abertura de 76 inquéritos em abril, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, argumentou que, no caso de Bezerra Coelho, era “necessária a análise específica e mais aprofundada dos acontecimentos” porque já existia outro inquérito aberto sobre fatos parecidos.
Agora, Janot entende que há motivo suficiente para um novo inquérito para investigar o senador.
Janot pediu ao STF a coleta de depoimentos dos delatores, dos interlocutores de Fernando Bezerra Coelho e Eduardo Campos apontados pelos delatores, do senador, além de envio para a 4ª Vara Federal de Pernambuco em relação a quem não tem foro no STF.
Em outubro do ano passado, Bezerra Coelho foi denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por irregularidades durante a construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Ainda não há previsão de quando a denúncia será analisada – a Segunda Turma terá que decidir se transforma ou não o parlamentar em réu.
Segundo a acusação, Bezerra Coelho recebeu, ao menos, R$ 41,5 milhões em propina de dinheiro desviado da Petrobras em contratos com as construtoras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa para as obras de construção da refinaria.
A propina, aponta o Ministério Público, teria sido repassada ao senador do PSB entre 2010 e 2011, quando Bezerra Coelho era secretário estadual de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, onde se localiza a refinaria.
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