Matéria publicada pelo BuzzFeed, do repórter Filipe
Coutinho revela que os empresários apontados como encarregados de realizar o
recebimento e a "lavagem" dos recursos oriundos de propinas recebidas
de empreiteiras por obras públicas da Operação Turbulência, já fizeram suas
delações premiadas.
Segundo a matéria do BuzzFeed, as primeiras
informações sobre o conteúdo das delações, que promete ser bombástico e atingir
mais de 80 políticos, só do Estado de Pernambuco, um dos principais
operadores do esquema de lavagem de propinas a políticos a agentes públicos no
Nordeste, o empresário João Carlos Lyra, que fez delação após ser alvo das
operações Lava Jato e Turbulência, contou em sua delação que pagou R$ 2
milhões de propina para o então senador Vital do Rêgo, atual ministro do
Tribunal de Contas da União.
Os pagamentos das propinas destinadas a Vital do
Rego teriam ocorrido durante as eleições de 2014, nas quais foi candidato
derrotado ao governo da Paraíba e teriam sido recebidas por Alex Azevedo,
secretário de Campina Grande, quando o irmão de Vital do Rego era prefeito. A
propina, que foi paga pela OAS, da qual Lyra se confessou uma espécie de
"caixa paralelo", em troca de benefícios na CPI da Petrobras, teve a
primeira entrega feita no restaurante "O Rei das Coxinhas", situado
na BR-101, entre Goiana, Pernambuco e João Pessoa, na Paraíba. O restante do da
propina foi paga na beira da estrada em Bezerros (PE), num aeroclube e num
restaurante dentro de um shopping, no Recife.
As delações dos indiciados da Operação Turbulência
foi feita ainda no início do ano, na Procuradoria da República , no Recife.
João Carlos Lyra é investigado,
juntamente com o senador Fernando Bezerra Coelho, do PSB e com o empresário
Aldo Guedes, no Inquérito 4005, que tramita no Supremo Tribunal Federal,
por corrupção e lavagem de dinheiro e foram apontados nas delações da Odebrecht
como principais beneficiários do recebimento de propina na obras contratadas
com a construtora no Estado de Pernambuco, juntamente com o já falecido
governador Eduardo Campos.