O preço da gasolina nas refinarias da
Petrobras está atualmente cerca de 25% acima da média dos preços no exterior e
já são 12 meses seguidos de gasolina bem mais cara no Brasil, segundo dados do
Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
Levantamento da consultoria mostra que a diferença nos preços
chegou a 49,1% em fevereiro, caindo para 10,6% em junho e fechando agosto em
23,1%. No acumulado no mês de setembro, até o dia 19, o preço praticado no
mercado brasileiro está 25,5% mais caro.
A última vez em que houve uma defasagem – preço do mercado
interno abaixo do internacional – foi em agosto de 2015, quando o preço da
gasolina no Brasil ficou 3,1% menor que o da importada, segundo o CBIE.
Já o preço do óleo diesel nas refinarias nacionais está
atualmente 41,3% acima do preço de referência internacional. Em janeiro chegou
a 63,6% e, em junho, caiu para 28,8%. No caso do diesel, já são 22 meses de
vantagem para a Petrobras.
O levantamento do CBIE compara os preços cobrados nas
refinarias da Petrobras com os dos combustíveis comprados no Golfo do México
(EUA), incluindo custos de transporte.
“O preço varia muito em função do câmbio e preço do petróleo,
mas praticamente desde o final de 2014 o prêmio tem sido significativamente
positivo para a Petrobras, o que faz o brasileiro estar pagando uma gasolina
muito cara”, afirma o sócio-diretor do CBIE, Adriano Pires.
Pelos cálculos do CBIE, as diferenças de preços
proporcionaram para a Petrobras, somente entre janeiro e julho, um ganho
potencial de cerca de R$ 15 bilhões – R$ 11,8 bilhões com a gasolina e R$ 3,2
com o diesel.
Petrobras avalia mudar política de preço:A discrepância entre
os preços cobrados aqui e lá fora voltou a ser tema de debate com as notícias
de que a Petrobras está definindo uma nova política de preços para os
combustíveis.
Segundo apurou João Borges, editor de economia da GloboNews,
a Petrobras estuda anunciar até o final do ano uma redução no preço da
gasolina. A intenção é anunciar a medida junto com uma nova política de preços,
cujo critério será o alinhamento do preço praticado no Brasil com os do mercado
internacional.
Com a queda do preço do barril de petróleo para patamares
abaixo de US$ 50, a Petrobras passou a vender os combustíveis com um prêmio
expressivo em relação a valores internacionais, o que desde o ano passado tem
gerado cobranças sobre uma redução nos preços cobrados pela estatal.
Nesta quarta-feira (21), o presidente da companhia, Pedro
Parente, disse que “não há decisão tomada” sobre o assunto, mas que está sendo
discutida uma nova política de preços de combustíveis tendo como referência a
paridade internacional, e que isso implica que “preços podem subir ou descer”.